quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sarney e Capi? E daí?

O direito de resposta de Sarney no programa de Camilo Capiberibe ontem é o assunto em todas as rodas. Nele Sarney diz que apoiou João Capiberibe (PSB) na eleição para o governo em 1994 e com ele manteve “estreita convivência“  mas que nem por isso indicou alguém para fazer parte do seu governo.
De um lado, aliados de Capi negam. Dizem que Sarney, como sempre, está mentindo e que o PSB nunca na história desse Amapá teria qualquer tipo de relação com o senador maranhense.
Do outro lado, adversários de Capi comemoram a declaração de Sarney, afirmando que “a máscara caiu”, que a verdade escondida a sete chaves apareceu e outras coisas do tipo.
Ora, ora, não vejo motivo nenhum para tanto estardalhaço. Sarney apoiou Capi? E daí? Que candidato recusa apoio?
Em 1994, o candidato do PMDB ao governo era Salomão Alcolumbre. Passaram para o segundo turno João Capiberibe, do PSB coligado com o PT, e Jonas Pinheiro, apoiado pelo então governador Anníbal Barcellos. Sarney não gostava de Barcellos e os Borges muito menos. Daí que resolveram apoiar Capiberibe para derrotar o grupo barcellista. O PMDB todo entrou na campanha do Capi, os Borges e Manuel Antônio Dias assumiram a coordenação da campanha, que passou a funcionar numa casa na avenida Iracema Carvão Nunes, pertinho da Caixa Econômica. No material de campanha foi inserida a cor verde, que identificava os Borges. Na época, Capi inclusive chegou a dizer que Gilvam Borges era o general de sua campanha.
O objetivo foi atingido. Grupo do Barcellos derrotado. Capi eleito.
Sarney jura que não participou do governo, que apoiou sem nada pedir. Os Borges participaram. Depois, como era esperado, veio o racha.
Se Capi tivesse recusado o apoio do PMDB teria sido eleito? Não sei.
Na política é e sempre foi assim: adversários se tornam aliados, aliados viram adversários. Quem está hoje  no palanque de um, amanhã estará no palanque de outro.

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