PF prende prefeito de Macapá

O prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT) foi preso por volta das 7h pela Polícia Federal. É mais um desdobramento da Operação Mãos limpas, deflagrada em 10 de setembro pra desmontar um esquema de desvio de verbas da União e do Estado.
O mandado de prisão preventiva contra o prefeito foi expedido pelo ministro Otávio Noronha, do STJ.
Logo após a prisão, Roberto Góes foi levado para a Polícia Técnica para exame de corpo de delito.
Como trata-se de prisão preventiva, o prefeito deve passar o Natal e Ano Novo na Papuda.
Neste momento ele está na carceragem da Polícia Federal em Macapá e ainda na manhã de hoje será transferido para a carceragem da superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Depois de ouvido deverá ir para o presídio da Papuda.

Na Papuda ainda está preso, desde o dia 25 de outubro, Luís Adriano Ferreira que exercia cargo de confiança na Prefeitura de Macapá.

Atualização às 15h – Acabou de decolar do Aeroporto Internacional de Macapá uma aeronave da Gol levando o prefeito Roberto Góes para Brasília.

O que a PF encontrou na Assembléia

Na devassa que fez ontem na Assembléia Legislativa, como parte da Operação Mãos Limpas, a Polícia Federal encontrou de tudo: mapas de pagamento  que mostram que tem deputados que ganham mais de R$ 100 mil por mês só em diária, aluguel super faturado de veículos, verba indenizatória muito superior a da Câmara de Deputados, pagamentos de diárias em meses de recesso parlamentar; e além de tudo isso – pasmem! – os policiais federais ainda se depararam com brinquedinhos eróticos, filmes pornôs e posters de mulheres nuas.

Diárias - No ano de 2009, só em diárias para os deputados a Assembléia gastou R$ 2,7 milhões. Achou muito? Esqueça, pois de janeiro a agosto deste ano – ano eleitoral, diga-se de passagem – o pagamento de diárias ultrapassou a cifra de quatro milhões. Para onde viajaram tanto os deputados e o que foram fazer por aí em nome do parlamento estadual? São perguntas que ainda estão sem respostas. O valor da diária para o interior do Estado é R$ 1.609,92 e para fora do estado R$ 2.229,12.

Verba indenizatória – Além do salário (R$ 13 mil), diárias e “outras coisitas”, os deputados tem direito a uma verba indenizatória. É o ressarcimento de despesas que eles fazem com aluguel e/ou manutenção de escritórios parlamentares, locomoção, dentre outras relacionadas ao exercício do mandato. Na Câmara dos Deputados esta verba não pode ultrapassar R$ 15 mil. Ser deputado estadual no Amapá é melhor que ser deputado federal, pois a Assembléia daqui fixou em R$ 50 mil a verba indenizatória.

Sempre Mais – Tudo na Assembléia é “sempre mais”. Pela diária de um carro popular, um Gol, a AL paga R$ 3.600,00 e por uma pick-up, cabine dupla, R$ 7.500,00.
O prédio, segundo uma fonte da PF, não comporta mais de 400 pessoas. Mas a AL tem mais de dois mil funcionários, entre efetivos e comissionados.
Há ainda dinheiro para associações de nomes engraçados, como a “Agremiação Bucho Quebrado Esporte Clube”, que em setembro do ano passado recebeu três mil reais a título de ajuda financeira.

  E pra distrair…
Em gavetas de mesas DVDs de filmes pornôs, coleções de revistas Playboy e Sexy e brinquedinhos eróticos, como um pênis de borracha.
Na porta de um armário, pelo lado de dentro, posters de belas mulheres nuas – como aqueles que se costuma ver em borracharias.